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quinta-feira, 20 de outubro de 2022

Biblioteca - Poesia “O adormecido do vale”, de Arthur Rimbaud

 

Jean-Nicolas Arthur Rimbaud nasceu no dia 20 de Outubro de 1854, em Charleville, França, e faleceu aos 37 anos, no dia 10 de Novembro de 1891, em Marseille, França. Poeta simbolista, tornou-se um dos nomes mais conhecidos da literatura francesa e mundial.
Suas principais obras são: Le Bateau ivre (1871), Une saison en enfer (1873) e Illuminations (1872-1875). Para saber mais sobre Rimbaud, acesse:

https://musee-arthurrimbaud.fr
https://pt.wikipedia.org/wiki/Arthur_Rimbaud

No Brasil, comemora-se no dia 20 de Outubro o DIA DO POETA. É mera coincidência de datas essa comemoração e o dia de nascimento do poeta francês Arthur Rimbaud.

Então, para celebrarmos esses dois acontecimentos, trago um dos poemas mais conhecidos de Rimbaud, Le dormeur du val, publicado originalmente no quarto volume da Anthologie des poètes français, em 1888, seguido da tradução que fiz (mais literal que poética) para o português. Boa leitura!

Jorge Domingues Lopes

 

 LE DORMEUR DU VAL

C’est un trou de verdure où chante une rivière,
Accrochant follement aux herbes des haillons
D’argent ; où le soleil, de la montagne fière,
Luit : c’est un petit val qui mousse de rayons.

Un soldat jeune, bouche ouverte, tête nue,
Et la nuque baignant dans le frais cresson bleu,
Dort ; il est étendu dans l’herbe, sous la nue,
Pâle dans son lit vert où la lumière pleut.

Les pieds dans les glaïeuls, il dort. Souriant comme
Sourirait un enfant malade, il fait un somme :
Nature, berce-le chaudement : il a froid.

Les parfums ne font pas frissonner sa narine ;
Il dort dans le soleil, la main sur sa poitrine,
Tranquille. Il a deux trous rouges au côté droit.



O ADORMECIDO DO VALE

É um buraco de verdura onde canta um rio,
Loucamente prendendo à relva trapos
De prata; onde o sol, da montanha orgulhosa,
Brilha: é um pequeno vale a espumar luzes.

Um jovem soldado, boca aberta, fronte nua,
E a nuca banhando no fresco agrião azul,
Dorme; ele está estendido na relva, sob o céu,
Pálido em sua cama verde onde chove a luz.

Os pés nas flores, ele dorme. Sorrindo como
Sorriria uma criança doente, ele tira um cochilo:
Natureza, embala-o calorosamente: ele tem frio.

Os perfumes não irritam sua narina;
Ele dorme ao sol, com a mão sobre o peito,
Tranquilo. Ele tem dois buracos vermelhos ao lado direito.


 

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